Há pessoas que têm uma ENORME necessidade de ser amadas.
São as que mais sofrem.
Sua ansiedade é facilmente percebida e atrai pessoas que se aproveitam dessa fragilidade,
que as leva a fazerem concessões até ficarem com uma miserinha de atenção e carinho.
Então tudo explode e essas pessoas ficam ainda mais carentes.
E hão de repetir o ciclo muitas outras vezes.
E se aborrecerão de quem quiser lhes ABRIR OS OLHOS.
Até que os sofrimentos e frustrações, lentamente, façam esse trabalho. Se conseguirem.
Perceberão então, aquelas pessoas, que este mundo não é o lugar do amor que precisam.
O ser humano pensa que ama. Dá uma esmola e se sente ótimo.
Mas estará realmente seu mundo interior inundado pela compaixão universal?
Será que o que ele chama de amor não é um sentimento tribal (eu e os meus), na base do qual há o desejo de recompensa?
Quando falo em compaixão universal estou indo muito além da esmola (embora não exclua o bem que se pode fazer ao próximo, evidentemente).
Ao sairmos, titubeantes, da escura caverna da mente, e termos os primeiros vislumbres dos raios solares,
compreendemos que a caverna não tem jeito.
Não adianta pintar as paredes e decorar o ambiente.
Não adianta falar de felicidade, amor e liberdade lá dentro; ali, tudo é enganoso, ilusório, escravizante.
A compaixão, então, é o desejo de levar a mensagem da luz ao mundo das trevas,
pelo que haveremos de ser incompreendidos e considerados exóticos, nos melhores dos casos;
ou ridicularizados, atacados, etc., em outros.
E, ainda assim, continuamos a falar da necessidade de ir além do mundo da caverna.
Como uma flor que espalha seu perfume ao derredor,
até que suas pétalas caiam e sejam pisadas pelos transeuntes distraídos,
imersos nas sombras do interior da caverna.
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