Q.: Então, o que é a Realidade?
R.: Claro, você pode dizer: "Bem, isso é um assunto relativo — o que é real para
você, não é necessariamente real para mim", e assim por diante…
e você estaria certo — relativamente falando.
A aparência e o conteúdo da realidade varia muito. No entanto, não é isso, realmente, sobre o que estamos falando aqui…
Nós estamos falando sobre a REALIDADE em si — sobre o que é REAL, no sentido
absoluto.
Para algo ser absolutamente REAL, tem que ser verdadeiro para qualquer um e em qualquer
momento — em todos os tempos, agora e para sempre; independentemente de circunstâncias,
idéias, percepções ou experiências.
é incondicional, é absoluto; REALIDADE como tal.
Por definição, isso exclui todo do reino das aparências — os fenômenos que vão e vem — quais nas
tradições espirituais têm sido classificados como “Maya” — ilusão (ou seja, algo que
não é real no sentido absoluto).
Os sábios e professores das tradições esotéricas sempre foram muito claros em
relação AONDE procurar esta realidade absoluta: ou seja, “dentro de nós
mesmos” — o que significa algo no sentido de:
não no mundo ‘lá fora’, não em idéias ou conceitos aprendidos, etc.,
mas em nossa própria experiência direta.
Então podemos reconhecer que a pergunta “O que é a realidade?”, e a pergunta “O que
é minha natureza ou realidade verdadeira?”, na verdade, não são questões
independentes — é a mesma coisa!
Uma outra peça no quebra-cabeça é: Seja o que for — a Realidade ou ‘a minha
verdadeira Natureza’ — já deve estar totalmente presente AQUI e AGORA: a Realidade já
é, e eu já sou o que SOU!
Então, a pergunta em si — a própria busca pela
Realidade ou pelo ‘Eu verdadeiro’ — torna-se problemática… talvez enxergamos que o assunto
inteiro realmente não é alguma coisa que deve ser trabalhado ou compreendido da
maneira convencional. Isto tem, de fato, muito pouco a ver com abstração ou conceitos
mentais.
Então, se nós juntamos tudo que já foi colocado:
Real para todos os tempos, em
todos os lugares e para todos;
incondicional, não-circunstancial, não-conceitual,
não pertencente ao reino das aparências, já presente para todos,
totalmente disponível aqui e agora, e — de fato —
absolutamente necessário para qualquer (outra) coisa poder existir…
Não fica muito claro e óbvio do que se trata?
Será que isso poderia ser outra coisa senão o fato simples da a nossa própria
PRESENÇA — esta Inteligência lúcida e espaçosa presente aqui, lendo
estas palavras?
Não podemos ‘compreender’ essa Presença, porque não uma coisa, ou um objeto
a ser conhecido. No entanto, ela é intimamente familiar para nós — afinal é a
REALIDADE em si — e não podemos deixar de SER aquilo!
Teste isso por si mesmo:
Você já reparou que o seu sentido mais profundo do
próprio ser (da própria existência) nunca muda? é por isso que nos
sentimos — no fundo — ainda do mesmo jeito que sentíamos quando eram crianças.
Sempre era ‘EU’!
Os atributos e idéias que carregamos sobre nós mesmos mudam constantemente, mas
o sentimento basal de ‘ser’ e ‘existir’ sempre permanece igual, não é? Você
consegue se lembrar de momento algum na sua vida ou experiência, quando este sentido basal
de ‘ser’ não esteve em você? é impossível, porque “algo” ainda
teria sido necessário estar presente para perceber a sua própria ausência!
Presença-Consciência simplesmente não se pode negar — é a base de tudo.
TUDO está contido Naquilo, e tudo surge em, a partir de, e como esta Presença
inteligente. Essa é a única REALIDADE que é, e a única realidade que
EU SOU.
ISTO sempre esteve aqui, mas simplesmente ficou despercebido.
Uma vez que fica reconhecido como A REALIDADE e como a MINHA Natureza Real, a nossa atitude
em relação a fenômenos efêmeros — tudo o que meramente vai e vem — muda
de forma profunda:
estamos sendo ‘reais’ com o que é real, e com quem nós somos.
Hábitos e identificações velhas podem surgir temporariamente, mas nunca mais
podemos ignorar a Realidade por muito tempo.
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