3.5. A Convocação
(continuação -
ver parte inicial)
Convocar pessoas para uma reunião
requer alguns cuidados importantes. Se o convite for feito com muita
antecedência, existe o risco dos participantes não se prepararem para o
encontro, ou nem se lembrarem dele.
Por outro lado, convocar alguém em cima
da hora, fará com que ele se sinta perdido e tenha uma contribuição limitada.
Uma ou duas semanas é um tempo razoável para que os convocados acertem suas
agendas e outros compromissos profissionais e pessoais.
Esse prazo possibilita que as pessoas
fiquem a par dos assuntos e obtenham os documentos necessários para uma boa
participação. A grande maioria das convocações é feita por meio eletrônico, que
permitem até mesmo a confirmação automática da presença.
É importante divulgar as seguintes
informações:
Data
Local
Hora de início e término
Agenda priorizada de assuntos
Participantes
Resultados esperados
Solicitar também os dados, documentos e
fontes de consulta que deverão ser levados ao encontro. Para ter uma certeza da
presença de alguém na reunião, nada melhor que convidá-lo pessoalmente. Dessa
forma a pessoa é valorizada e é demonstrado uma importância à sua participação
na reunião.
3.6. O dia da reunião
O condutor deve chegar antes da hora
marcada para testar os equipamentos, estar atento à chegada de seus convidados,
na recepção aos participantes prestar atenção ao que vai além da comunicação
verbal como gestos e posturas.
O sucesso ou fracasso de uma reunião
depende de todos, mas a tendência natural é associar os resultados ao
moderador. É ele que irá administrar assuntos, idéias e participações durante o
encontro.
Não basta que o moderador seja bom no
discurso. Deve ser capaz de esclarecer as questões, alinhavar as opiniões dos
participantes e facilitar o alcance dos objetivos propostos.
No início da reunião é importante
relembrar aos participantes qual é o objetivo do encontro e como podem
contribuir no processo. Na parte inicial deve-se reforçar a duração prevista
para a reunião, como apresentar o roteiro a ser trabalhado, indicando a
estimativa de tempo de cada assunto. E também estabelecer as regras do jogo:
paradas para café, uso de celulares e demais interrupções.
A abertura não pode ser muito demorada.
Deve-se combater o excesso de entusiasmo, a falta de foco, a falta de firmeza e
a insegurança. Após os esclarecimentos, o condutor apresenta sua proposta.
Explicitar os objetivos logo de início para que as pessoas entendam claramente
em que ponto pretende chegar.
Na proposição surge a oportunidade de
cativar o grupo. A organização do seu trabalho, a maneira como se apresenta, a
tranqüilidade e a segurança ao tratar do assunto contam muito nesse instante.
Deve tentar ao máximo trazer as opiniões individuais para o espaço coletivo,
buscando mostrar o seu trabalho como resultado da participação de outros
profissionais.
Quanto mais o projeto for entendido
como obra do grupo, menor o grau de resistência em relação a ele. O condutor
deve detalhar o que for necessário para justificar sua proposição, mas tomando
o cuidado para não se alongar demais.
As justificativas auxiliam os
participantes a se posicionar, permitindo uma visão mais detalhada do que se
propõe. Esse momento da reunião é propício para as participações dos
especialistas convidados. O condutor deve usar essas justificativas com os
seguintes itens: quais são os cenários, os impactos da organização, os
resultados e como obtê-los, o perfil das pessoas necessárias para que o projeto
se realize, de onde pode vir a verba necessária para a implementação e quais ao
ganhos diretos e indiretos no curto, médio e longo prazo.
Depois disso é a ocasião de abrir
espaço para uma troca efetiva entre os participantes. Deixar claro para as
pessoas quanto tempo terão parta debates, considerações e opiniões.
Caso o responsável pelo gerenciamento
do tempo perceba que a discussão está se alongando demais, é recomendável
avisar o grupo. Os participantes decidirão em conjunto como deve ser a
oportunidade dos trabalhos. O que não pode acontecer é que a reunião termine
sem que seja possível tomar decisões e determinar prazos e responsabilidades.
Ao apresentar a proposta e abrir espaço
para o debate, é possível que o tema gere conflito de opiniões. Há duas formas
recomendadas para encaminhar a discussão nesse momento: O moderador enquanto
mediador: são formados dois grupos, uma para defender e outro para atacar a
proposta.
Representantes expõem os argumentos de
cada grupo, e o moderador fica responsável pela mediação. Essa prática favorece
a troca de idéias e a análise mais profunda de aspectos decisivos para o
alcance dos resultado. Permite também criar um ambiente dinâmico de discussão.
Brainstorming:
o braisntorming, ou tempestade de idéias, é um recurso que estimula a
criatividade e permite que soluções inovadoras aflorem no grupo. Durante o
início, não se deve julgar o mérito do que está sendo sugerido. Toda e qualquer
idéia é registrada, sem se preocupar se as sugestões são boas, ruins, úteis ou
absurdas.
Terminado, resgatam-se as idéias
sugeridas, uma a uma. É hora de descartar as sugestões inadequadas, analisar
criticamente os caminhos possíveis, agrupar e priorizar as idéias que servirão
de insumos para a tomada de decisões. Cada assunto discutido deve ser encerrado
com a certeza de que todos estão cientes das decisões tomadas.
Para validação é bom que alguém assuma
o papel de advogado do diabo. Isso possibilitará que sejam avaliados
eventuais pontos críticos e o que se pode fazer para neutralizá-los.
Uma reunião sé é eficaz quando são
tomadas decisões e determinados os responsáveis e prazos para a implementação
das ações. E para que todos estejam a par, é necessário que isso seja
documentado ao final de cada tópico. Para isso é usada a ata, que registra as
ações consensadas, os responsáveis e os prazos de execução.
Seus dois objetivos básicos são: Servir
como memória escrita do ocorrido e das decisões tomadas na reunião Servir como
instrumento de acompanhamento e cobrança daquelas decisões
Uma ata deve conter elementos básicos:
Data e local da reunião
Nomes dos participantes
Objetivos da reunião
Assunto (conforme agenda de convocação)
Debates / conclusão do que foi adotado como decisão
Responsável (quem será cobrado para que a decisão adotada seja cumprida)
Prazo (tempo dado para implantar a decisão)
Data da próxima reunião
Assinatura de todos
A ata deve ser preparada imediatamente
após o término da reunião pelo secretário ou por outra pessoa nomeada pelo
coordenador e distribuída aos participantes no prazo máximo de 24 horas após a
reunião.
Se não houver contestação quanto ao seu
conteúdo, ela será considerada aprovada; caso haja algum reparo, nova ata será
distribuída, invalidando a anterior. No fechamento é bom reservar dez minutos
para encerrar a reunião com três aspectos:
Amarração dos conteúdos discutidos:
citar os temas tratados e criar uma síntese das definições registradas na ata.
Definição dos próximos passos:
indicar os processos que acontecerão após a reunião e a maneira como o grupo
continuará se comunicando.
Percepção do grupo em relação ao
encontro:
encerrar agradecendo a presença dos participantes e aproveitar para fazer um
rápido balanço do encontro.
3.7.
Depois da reunião
Quanto antes a ata for distribuída,
melhor. Deve-se pensar se não deve enviar uma cópia da ata para alguém que não
participou da reunião, por exemplo, para o responsável por uma área que sofrerá
algum impacto com a implementação das decisões.
No caso de um profissional ter sido
substituído na reunião por um colega de equipe, mandar a ata para o
profissional presente, com cópia para o convidado original.
4. O PAPEL DO PARTICIPANTE
4.1. Como expor o trabalho na
reunião
1. Falar em bom tom e gesticular para
que sua apresentação não fique muito monótona.
2. Ser claro e não adotar uma linguagem
muito rebuscada. Fazer-se entender é primordial para um bom desempenho nas
reuniões.
3. Ter à mão roteiros para
apresentações incluindo dados e números. Estar preparado é imprescindível,
mesmo em se tratando de um profissional experiente em reuniões.
4. Disfarçar o nervosismo. Respirar
fundo. Apesar de o nervosismo ser um sentimento inerente a qualquer ser humano
que se encontre em situação de grande exposição, o profissional deve evitar que
o mesmo transpareça em excesso.
5. Evitar situações que possam
constranger a ele mesmo e aos seus ouvintes: piadas de mau gosto, demonstrações
de intimidade, etc.
6. Demonstrar sempre interesse em ouvir
as idéias ou opiniões. Evitar fazer críticas diretas a alguém; reservá-las para
o campo das idéias, e nunca para o lado pessoal.
7. Não interromper: esperar pelas
pausas. Tentar não concluir as frases do líder e impedir que os outros o
interrompam.
4.2.
Antes da reunião
Ao ser convidado, a primeira atitude
deve ser analisar o material relacionado ao tema e entender como ele poderá
participar produtivamente do encontro. Entender o porquê de sua convocação.
Deve procurar mais informações sobre: O
assunto está relacionado diretamente ao meu trabalho? É necessário que eu
produza algum material para auxiliar no bom andamento da reunião? Existe no
departamento alguém mais indicado para participar? Quem serão os outros
participantes?
4.3.
Durante a reunião
Deve haver uma participação ativa do
processo. Não deixar tudo nas mãos do moderador, nem se tornar um simples
espectador do processo. Anotar dúvidas e pontos importantes pois o assunto pode
ser desviar do rumo.
Não entrar em disputas sobre aspectos
pessoais. Manter o foco nos resultados esperados, e não em questões
secundárias. Participar adequadamente não significa apenas falar ou discutir.
Prestar atenção ao que está sendo dito
é tão importante quanto expressar um ponto de vista. Aproveitar a ocasião para
elogiar ações e idéias de pessoas ou grupos, mas evitar fazer críticas em
público. Colaborar para manter um clima positivo para o andamento da reunião e
o alcance dos resultados.
4.4.
Depois da reunião
Procurar o responsável pela
distribuição da ata, caso a demora possa provocar atraso nas ações ou do
cronograma definido. Implementar no tempo previsto as ações que ficaram sob sua
responsabilidade.
Caso não seja possível cumprir o
prazo,negociar uma prorrogação com os participantes da reunião. Conversar com o
moderador sobre como foi a reunião, quando houver proximidade e a situação
permitir.
5. O GRUPO
Um agrupamento de pessoas desenvolve
uma personalidade que vai além do perfil individual de cada componente. Essa
personalidade é conseqüência da conjunção de três fatores:
Perfil da empresa em que trabalham:
Empresas mais formais tendem a agir formalmente no coletivo.
Momento da empresa:
Em épocas de crise, as pessoas acabam sendo mais cautelosas. Evitam se expor e
esperam que os outros tomem a iniciativa.
Conjunto dos perfis individuais:
Posturas que costumam estar presentes nas reuniões.
5.1. O
perfil dos participantes
Prolixo:
é o participante que fala bastante e de forma rebuscada, utilizando frases
extensas e idéias repetitivas. Gosta de fazer construções gramaticais
acadêmicas.
Técnico:
usa linguagem excessivamente técnica. Conhece o assunto e gosta de demonstrar
isso. Adora quando alguém não entende e pede mais explicações. Sempre que pode,
usa termos que impressionam e que poucos dominam. Não se preocupa em adequar a
linguagem para a melhor compreensão dos ouvintes.
Autoritário:
Não procura interagir com o grupo. Tem opiniões formadas e não está disposto a
abrir mão delas. Tenta monopolizar as atenções, demonstrando pouco interesse
pelas perguntas levantadas. Faz afirmações sem se preocupar se há concordância
ou não.
Reativo:
Freqüentemente confronta quem está falando.Quer sempre testar a competência do
interlocutor. Não acredita que possa aprender algo novo.
Negativista:
Para ele, nada está certo e nada pode ser feito. Acredita que os outros nunca
pensam em todos os prós e principalmente nos contras do que estão propondo. A
princípio tudo pode ter uma segunda intenção.
Conversador:
aproveita a ocasião para colocar o papo em dia. Acha mais agradável comentar os
assuntos da pauta com quem está ao seu lado do que com todo o grupo.
Pauta-paralela:
Usa a reunião para discutir assuntos que não estavam na pauta, mas que são
prioritários do seu ponto de vista. Adora encontra um grupo já reunido para
ajudá-lo a resolver uma pendência de sua própria lista.
Desligado:
Tem pouco poder de concentração. Em função disso, freqüentemente faz perguntas
sobre um assunto que acabou de ser comentado.
Desorganizado:
chega atrasado. Leva outros trabalhos para a reunião. Sai e retorna da sala
cada vez que o assunto se estende. Atende o celular e faz ligações durante o
encontro.
Paraquedista:
Participa da reunião em substituição ao chefe. Não tem autoridade para tomar
decisões e nem sempre conhece o tema em pauta.
Tímido:
Tem dificuldade para falar em público. Prefere não se expor mesmo quando tem
idéias formadas sobre o assunto ou quando percebe um encaminhamento incorreto.
Se um participante estiver falando, o líder deve confirmar com os demais
participantes se entenderam o que foi dito.
Pedir que ouçam com atenção o que está
sendo dito pelos outros participantes, realçando pontos positivos dos demais
discursos. Pedir que os participantes se dediquem ao foco da reunião, para que
a pauta possa ser cumprida no tempo previsto.
Combinar no início do encontro
intervalos para a realização de outras tarefas e de ligações telefônicas. Em
geral, uma boa tática adotada em algumas organizações é a elaboração de um
código de conduta. Um documento que padroniza o que se espera do condutor e de
cada participante nas reuniões internas e externas.
6.
PERIODICIDADE E REUNIÕES ESPECÍFICAS
Reuniões diárias:
são rápidas, com foco operacional. Servem para determinar ações que acontecerão
no próprio dia. São realizadas normalmente de manhã, reunindo equipes que
trabalham numa mesma área.
Pontos positivos:
Se bem realizadas, deixam a equipe com alto grau de atenção ao trabalho e
permitem medir resultados passo a passo.
Pontos negativos:
Viram rotina. Em momentos de baixa produtividade, podem evidenciar ainda mais a
situação, comprometendo o ânimo dos colaboradores.
Reuniões semanais e quinzenais:
Idéias para grupos que trabalham separadamente, que não se encontram todos os
dias.
Pontos positivos:
Permitem uma visão menos operacional e mais tática do negócio, criando a
oportunidade de antever os passos seguintes com certa antecedência. Permitem
que os participantes enxerguem o processo todo com mais clareza.
Pontos negativos:
Podem se tornar mais focadas no passado do que no futuro. Podem predominar
conversas pessoais sem foco nos resultados.
Reuniões mensais:
Pode se enxergar um período de tempo relativamente extenso e determinar as
metas e objetivos das equipes envolvidas. São excelentes oportunidades para
avaliar os processos dentro das organizações.
Pontos positivos:
Permitem observar o trabalho realizado, com a possibilidade de medir resultados
e avaliar os facilitadores e as dificuldades do processo. Oferecem uma visão
estratégica, orientando metas e redefinindo caminhos.
Pontos negativos:
Tendem a se distanciar do dia-a-dia da empresa, enfocando resultados isolados e
não a evolução do processo como um todo.
Reuniões bimestrais, trimestrais,
semestrais e anuais:
Pontos positivos:
Proporcionam um ponto de vista mais distanciado do processo e dos resultados.
Geralmente são realizados para o fechamento de períodos determinados e para
ajustes de rotas. Tendem a ser reuniões formais.
Pontos negativos:
Podem ser reuniões informativas, em que um grupo apresenta e outro apenas
assiste. Podem se tornar expositivas demais e com baixo grau de interação entre
os participantes.
Reuniões com clientes:
Levar para a reunião um número de profissionais equivalente ao número de
clientes convidados. Utilizar recursos de tecnologia e multimídia para produzir
uma percepção saudável de que a empresa detém conhecimentos e tem material de
ponta.
Ser direto na relação com o cliente,
sem rodeios, com firmeza e segurança. Definir previamente com o cliente a
duração da reunião, se possível, terminar antes do combinado.
Reuniões por telefone:
Quando utilizado corretamente, o telefone pode ser um ótimo instrumento para
ganhar tempo. Antes de fazer uma chamada, listar os itens que serão tratados.
Falar ao telefone somente o necessário e usando palavras de fácil entendimento.
Evitar interromper a conversa. Fazer perguntas objetivas, mostrar interesse e
usar tom profissional.
Áudio e videoconferência:
Utilizadas para equipes que trabalham em diferentes regiões, impossibilitando
de se reunirem fisicamente. Para isso são usados equipamentos (câmeras,
microfones e softwares de comunicação) disponíveis no mercado. E que são
eficientes e fáceis de usar.
Mas problemas podem ocorrer na conexão
entre as localidades, como no som e na imagem. Algumas tecnologias usam linhas
dedicadas para teleconferência, o que resolve boa parte dos problemas.
CONCLUSÃO
Como vimos, a reunião é um recurso de
comunicação importantíssimo, oferecendo um ambiente onde é possível tomar
decisões rapidamente, comunicar assuntos importantes, apresentar projetos e
mais diversas outras coisas.
Mas uma reunião para ser bem sucedida
tem que ser muito bem preparada, uma reunião que mal sucedida pode causar
diversos problemas que vão bem além do simples não cumprimento dos objetivos da
reunião, pode causar atrito entre os envolvidos, prejuízo para a organização,
desmoralização do convocador da reunião etc.
Uma maneira simples de medir se a
reunião foi bem sucedida ou não é se a única resolução da reunião da reunião
foi a convocação de outra reunião, esta reunião foi mal-sucedida.
Por outro lado fazer uma reunião bem
sucedida e produtiva não é tarefa fácil, requer dedicação e experiência, mas é
essencial para a empresa. São diversos os aspectos que devem ser abalizados e
preparados que vão da preparação do local, a convocação dos participantes em
momento oportuno, os equipamentos técnicos, a preparação de uma pauta, e uma
perfeita condução da reunião.
Portanto saber preparar e conduzir uma
reunião é vital para um profissional se tornar bem sucedido.
BIBLIOGRAFIA
1. Reunião, 1 ed, São Paulo, Editora
Abril.
2. BARKER, Alan, 30 Minutos Antes De
Uma Reunião, 1 ed, São Paulo, Editora Clio,1997
3.
http://www.sabido.com.br/print.asp?art=951
4.
http://www.gianineluiza.com.br/etiqueta2.htm
5.
http://www.gianineluiza.com.br/etiqueta2.htm
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