Números complexos em geral são considerados, pelos
alunos, um dos tópicos mais antipáticos e menos entendidos da Matemática.
E não é sem razão. Notem como a própria nomenclatura
números complexos, imaginários, ou fantasmagóricos, como foram
rotulados em meados do século XVI trai a histórica desconfiança com que
o assunto foi tratado em Matemática, e infelizmente continua sendo, por uma
"indústria de ensino" que privilegia basicamente os resultados nos exames.
A abordagem preponderante no ensino dessa matéria,
com escasso tempo disponível para ela, e em geral com exposição
axiomática por parte dos professores (muitas vezes pressionados a se
encaixar num esquema de produtividade em prejuízo da compreensão), passando
direto às aplicações e solução de problemas visando o vestibular, faz do aluno
um mero executor de fórmulas, encontrando neste uma resistência muito natural
com respeito ao assunto em foco.
O presente trabalho, que fiz em 1975 e apliquei com
muita receptividade em algumas turmas do Colégio Bandeirantes, resgata a origem
histórica dos números complexos. E, ao fazê-lo, mostra como mesmo um assunto
tão abstrato revela suas raízes na vida comum, tornando absolutamente
compreensíveis e até intuitivas as idéias e procedimentos que levaram ao
surgimento desse novo tipo de número.
Dada a natureza da publicação deste trabalho (pela
Internet, sem contato pessoal com o aluno), omitirei os detalhes das
demonstrações e também não me preocuparei com aplicações das fórmulas para
resolver exercícios. Afinal, isso é a única coisa que em geral se pratica na
maioria das escolas.
Introdução
Problemas na aplicação da
fórmula
Operando com o desconhecido
A representação geométrica
dos novos números
Um pouco de álgebra dos
números complexos - Final