Renascer
Luiz Roque é professor, poeta e escritor
A poesia abaixo está publicada em seu livro “Vagas Luzes”  


Então não consegue ver?
Há um eterno renascer.
Nos braços que já se agitam,
rompendo um novo grilhão;
na primeira casa erguida,
logo após a inundação;
na relva que se insinua,
depois da seca, no chão;
na criança que convalesce
e aos poucos, volta a viver,
há um eterno renascer.

No raio de sol primeiro,
depois da chuva e o trovão;
no adolescente que o abraça,
em discreta aprovação;
nos olhos que, inesperados,
brilham na sua direção;
ou no amigo que o procura,
sem aparente razão;
no encontro de um novo ser,
há um eterno renascer.

No animal que se aproxima
e ainda crê em seu coração;
na velha tia que o orienta,
já despida de ilusão;
no filho que lhe sorri,
denotando compreensão;
na voz que lhe telefona,
depois de antiga cisão;
(acredite sempre, sempre!)
ora, em cada alvorecer,
há um eterno renascer.

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